Tenho lido muito sobre a crise, os cortes orçamentais, o FMI e os funcionários públicos. Já há algum tempo que me tento pôr nos sapatos de um funcionário público que abra o jornal todos os dias para saber se a Troika já decidiu o seu futuro. Não sei se teria estômago para tal.
Não consigo atirar pedras a quem trabalha para o Estado, porque aqui, no privado vejo muita gente cuja produção é igual a zero.Acho uma certa piada quando alguém diz que entra no serviço x, y e z e ninguém está a fazer nada, quando eu própria às vezes finto o monitor durante bastante tempo e se do outro lado podem achar que não estou a fazer nada, deste lado eu vejo uma porcaria de um relatório que tenho de ler, ou ando a procura de uma solução para fechar um processo, and so on.
Existe muita malta improdutiva? Existe, no público e no privado. E pessoas mal-educadas e trombudas? Também, em ambos os sítios. Mas como em todo o lado existe a nata, aqueles que saiam cedo ou tarde ganham o mesmo, que acumulam 80 dias de férias por ano e só gozam 25 e que neste momento estão no mesmo barco que os outros todos.
Num barco que vai colidir com um icebergue chamado Orçamento Familiar, com cortes salariais, despedimentos, congelamento de subsídios, e por aí fora, que vai deixar muita gente à beira de um ataque de nervos. Porque qualquer ser humano naturalmente ajusta o seu estilo de vida ao seu orçamento e quando este encolhe os cortes em gastos são possíveis mas limitados.
Quem até agora se esforçou por fazer um pé de meia, estará numa situação mais confortável perante um revés deste género, mas quantos conseguem poupar o suficiente para estas situações, quem é que afinal não se depara com extras?!
Eu deparo, ou são os carros lá de casa, ou o mestrado, ou uma operação, ou uns quantos casamentos seguidos (mesmo que se diga não a alguns), ou coisas que eu nem imagino mas que de vez em quando me fazem abrir os cordões à bolsa. E isto é enquanto os filhos não chegam, porque depois existem infantários, pediatras e uma panóplia de despesas que até agora não conheço.
Como é que eu fazia se trabalha-se no público? Se me tirassem bocadinhos atrás de bocadinhos do ordenado e as despesas fossem as mesmas. Desistia de ter filhos? Vendia os carros? Deixava de ir ao médico privado e de ter seguro de saúde? Desistia do Mestrado? Não sei, não sei mesmo o que faria e por não saber, por não me imaginar numa situação assim em que as escolhas não são de todo lineares, tenho de dar a mão à palmatória e respeitar um pouco mais estas pessoas.
A vida dá tantas voltas que eu já aprendi a não duvidar daquilo que só considerava possível acontecer aos outros.
Existe muita malta improdutiva? Existe, no público e no privado. E pessoas mal-educadas e trombudas? Também, em ambos os sítios. Mas como em todo o lado existe a nata, aqueles que saiam cedo ou tarde ganham o mesmo, que acumulam 80 dias de férias por ano e só gozam 25 e que neste momento estão no mesmo barco que os outros todos.
Num barco que vai colidir com um icebergue chamado Orçamento Familiar, com cortes salariais, despedimentos, congelamento de subsídios, e por aí fora, que vai deixar muita gente à beira de um ataque de nervos. Porque qualquer ser humano naturalmente ajusta o seu estilo de vida ao seu orçamento e quando este encolhe os cortes em gastos são possíveis mas limitados.
Quem até agora se esforçou por fazer um pé de meia, estará numa situação mais confortável perante um revés deste género, mas quantos conseguem poupar o suficiente para estas situações, quem é que afinal não se depara com extras?!
Eu deparo, ou são os carros lá de casa, ou o mestrado, ou uma operação, ou uns quantos casamentos seguidos (mesmo que se diga não a alguns), ou coisas que eu nem imagino mas que de vez em quando me fazem abrir os cordões à bolsa. E isto é enquanto os filhos não chegam, porque depois existem infantários, pediatras e uma panóplia de despesas que até agora não conheço.
Como é que eu fazia se trabalha-se no público? Se me tirassem bocadinhos atrás de bocadinhos do ordenado e as despesas fossem as mesmas. Desistia de ter filhos? Vendia os carros? Deixava de ir ao médico privado e de ter seguro de saúde? Desistia do Mestrado? Não sei, não sei mesmo o que faria e por não saber, por não me imaginar numa situação assim em que as escolhas não são de todo lineares, tenho de dar a mão à palmatória e respeitar um pouco mais estas pessoas.
A vida dá tantas voltas que eu já aprendi a não duvidar daquilo que só considerava possível acontecer aos outros.
A minha irmã é contratada da Estado (nem funcionária pública é) e vive diariamente sem saber o que lhe vai acontecer. Não é nada fácil, mas eu acredito que vai correr tudo pelo melhor.
ResponderEliminarQuerida Purple, fazias algumas das coisas que foste enunciando. Por exemplo desistias do Mestrado, de certeza...
ResponderEliminarBeijinhos
É verdade Manuela, e o investimento que já foi feito? Iria tudo pelo cano abaixo, as coisas realmente não são nada lineares.
ResponderEliminarBeijinhu grande