Falta de inspiração...

Nestes últimos dias de 2011 a minha inspiração tem rondando valores próximos de zero. O ano em si não foi fácil, mas procurou-se sempre ver o lado positivo de tudo como forma de relativizar as adversidades da vida. Este mês, com a chegada de notícias perturbadoras não foi fácil retirar ilações positivas. Agora enquanto família, estamos a reaprender a viver tendo-nos colado com super cola 3 para que, do mal ao menos, sejamos o suporte uns dos outros.

Por outro lado a minha auto estima tende para menos infinito. Ultrapassada a fase de amamentação Baby Di teve de iniciar suplemento e eu recuperei grande parte do peso perdido e que se acumula na maravilhosa zona abdominal. Escusado será dizer que alguns comentários menos abonatórios de mulheres com língua afiada não ajudaram muito nesta fase natalícia em que o pecado mora em cada rabanada, em cada sonho, em cada azevia e em tantas outras iguarias.

A própria Baby Di mudou. De bebé calmo que parecia desconhecer a aptidão do choro, passou a refilona com crises de choro intensas motivadas pelas malditas cólicas, pelas crises de refluxo ou pelo entupimento das tetinas do biberão por causa do leite anti-refluxo. Dorme menos, ainda não se entretém muito com os bonecos e por isso exige o triplo da atenção deixando-me pouca margem para ter tempo para mim mesma.

Assim o cansaço tem sido um bocadinho superior às expectativas mas recompensado cada vez que pego na pequenina ao colo e a encho de beijinhos enquanto ela se aninha ou quando percebo o quanto ela tem crescido e desenvolvido a sua curiosidade sobre o mundo que a rodeia.

2011 foi um duro golpe na minha família, foi um ano que nos obrigou todos a crescer ainda mais e a assumir uma posição pelo bem dos outros. Mas este foi o ano em que o milagre da vida atenuou as dores, despertou sorrisos e sacudiu as lágrimas. Só desejo que 2012 seja mais brando e que nos permita desfrutar a vida sem receios.