sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Olhos de mãe...

Não sou a melhor mãe do mundo. Nem posso ter tal pretensão. Mas a melhor coisa da minha vida é o meu amor pequenino. A melhor forma de sair de casa é entrando antes no quarto dela e vê-la acordada com o seu sorriso a atirar-se na minha direcção. São aqueles segundos de colinho, de muitos beijinhos e de pedidos para que se porte bem. A melhor forma de regressar a casa é ver aquela pulguinha a gatinhar depressa na minha direcção com os seus gritinhos de alegria. E a melhor forma de viver é saber que ela simplesmente existe. 

Por isso como mãe, levo um murro no estômago quando vejo um bebé, tão inocente quanto cada um o é, a ser destratado ou abandonado num canto pela própria mãe. Um ser que precisa tanto de amor como de comida e que vê em nós o seu porto seguro não pode ser maltratado por quem lhe gerou a maior dádiva, a vida. E se uma mãe que viu aquele bebé sair de dentro de si não é capaz de lhe reconhecer amor, paciência, carinho e cuidado então não devia ser mãe. Lamento mas é o que eu penso. Porque não existem bebés a, b, c e d, existem sim bebés que recebem os valores e o amor que necessitam para se estruturarem enquanto pessoas e os que são deixados a si próprios para que descubram o caminho sozinhos e desamparados. E isto não é fruto da crise financeira mas sim da crise de valores a se que assiste.

1 comentário:

  1. Também me identifico nesse teu olhar de mãe. E apesar de não ser a melhor mãe do mundo dou o melhor de mim pelas minhas meninas. É isto ser mãe, não é?

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