quinta-feira, 22 de julho de 2010

Trabalhar com Homens vs trabalhar com Mulheres

Na empresa onde trabalho sou a única mulher, o sector automóvel continua a ser dominado pelo sexo masculino e existe algum preconceito sobre os conhecimentos do sexo feminino por esta indústria.

E se me podia queixar de tal situação, confesso que realisticamente não tenho razão para isso. Sempre gostei mais de trabalhar com homens, pela transparência e pouca tendência para mexericos. O segredo é manter uma distância de segurança que não permita confusões e nunca forçar empatias.
Mas se a realidade actual é esta, quando cheguei à empresa tinha uma colega e consequentemente superior no departamente financeiro. Ela já cá estava à 3 anos e era responsável por toda a re-organização financeira implementada. Eu...tinha 18 anos e ainda estava na faculdade.

Nunca gostei de perguntar duas vezes como se faz algo, e desde cedo comecei a observar de antemão os vários processos que ela desempenhava. Quando ela me pedia algo, eu já tinha uma ideia do que fazer e assim fui evoluindo.

Se podia ter corrido bem? Podia, mas não correu.
A minha colega tinha tanto de competente como de convencida, intragável e inconveniente.
À medida que eu me sentia mais à vontade nas minhas funções, os confrontos e as provocações foram-se sucedendo. O meu estomâgo só aguentou até ao dia em que ela tentou despedir-me para colocar uma amiga no meu lugar...só se esqueceu que me ensinaram a fazer de morta mas não a rebolar e a dar a patinha.
Quando menos deu por ela, eu já tinha assumido o seu lugar e no fim desse ano envergou pela via do ensino sendo dispensada da empresa.
Se eu tive pena? Nem um bocadinho, cedo percebemos que este é um mundo de cão, não há respeito nem limites e as mulheres conseguem ser profundamente más umas para as outras.
Eu consegui impôr-me pela minha paciência, ela só perdeu pela arrogância, foi uma lição para mim mas acredito que sobretudo foi uma lição para ela, para não nos esquecermos que podemos cair a pique do pedestal num piscar de olhos.

4 comentários:

  1. Por isso é que devemos ser humildes o suficiente para percebermos e não nos pormos no tal pedestal, não importa o quão alto estamos...

    :)

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  2. Pois, pessoas dessas perdem mais do que o que ganham.

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  3. Não concordo com a tua teoria de homens vs mulheres.
    Também não concordo inteiramente com a forma como expuseste a tua opinião.

    Um mundo de cão? Talvez.
    Mas acima de tudo deviamos manter-nos fiéis aos nossos valores e principios.

    Mas pelo que conheço de ti, acho que apenas expuseste mal a situação e que no fundo as coisas aconteceram como deveriam ter acontecido. Mas ainda assim fica um conselho (que vale o que vale): apesar de tudo, não te esqueças que no fim do dia o que importa é a tua consciência.

    Grande beijinho.

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  4. Louise

    Talvez me tenha explicado mal.

    Eu não fui A culpada pela saída dela, foi a própria arrogância dela que a condenou. Eu mantive-me demasiado paciente até para o meu feitio, perante situações em que não merecia tais atitudes.E daí achar que é o mundo de cão, porque enquanto não és ameaça gostam de ti mas quando temem pela tua ascensão viram-se contra ti.

    Este problema não tive com mais nenhum colega, mas como digo o resto são tudo homens e a minha experiência resume-se a isto.

    Não era capaz de me deitar com a consciência pesada, seria mais do mesmo e perdia toda a razão. A diferença é que quando me tentam tramar nunca mais me voltam a ver os dentes e os sapos deixam de ser engolidos.

    Normalmente nessa altura os erros surgem dos arrogantes e não dos pacientes. E não tive pena, porque sinceramente as pessoas têm de aprender que os fins nem sempre justificam os meios.

    Beijinhu grande

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