sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ao entrar no IPO senti um arrepio, nunca imaginei cruzar a minha vida com aquele hospital, nunca pensei que aquele sítio viesse a ter significado.
Estavas à janela, sorridente como sempre. Foi tão bom conversar contigo, ouvir as tuas gargalhadas, saber que tudo estava a correr pelo melhor e que o optimismo não era só um sonho.
A minha alma ficou mais leve quando regressei ao carro, fizemos todos um nó no coração para não haver lágrimas, para estarmos todos por ti e não por nós. É difícil chorar mas não mais do que arrumar os sentimentos numa gaveta e vestirmos o nosso melhor sorriso como se fosse uma peça de roupa.

Nada vai ser igual, não temos ilusões, esta maldita doença muda tanta coisa que só teremos a real percepção num futuro próximo.

E o pior são os recuos...hoje não estás bem, desmaias-te, sentes-te mal, procuramos desculpas no calor, na tensão, nos movimentos...mas tu sabes e nós também que isto são efeitos colaterais.
Hoje tenho as lágrimas presas por um fio e tu estás novamente desiludida com o destino.

4 comentários:

  1. Conviver com o cancro não é fácil, porque é isso mesmo: um dia fantástico logo seguido de um dia cinzento, e isso repete-se sem fim. Desejo-te as maiores forças e tudo o que precisares já sabes, estou aqui.

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  2. Obrigada Dina, do fundo do coração.

    Beiju

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  3. Às vezes dá-se um passo atrás para andarmos dois para a frente.
    Acredito que sejam momentos extremamente difíceis de aguentar.
    Desejo-vos muita força neste momento complicado.
    Beijinho grande e se precisares de falar, estou por aqui.

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  4. por aqui, já passámos por isso.
    os efeitos são normais e vão continuar por muito tempo. mas o que interessa é a reacção e quanto mais força, positivismo e apoio houver, acredita que mais fácil e rápido tudo será. e no fim, tudo não passará de um susto e de uma fase da vossa vida. nunca vão desaparecer, esses efeitos colaterais de que falas, não se iludam. mas é MESMO possível que tudo passe. beijo

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