terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Das pessoas mesquinhas...


Podia perder a cabeça quando inventam uma mentira? Quando deturpam uma verdade? Quando levantam um boato sobre a nossa vida? Quando metem o nariz onde não são chamadas ou onde nem sequer lhe demos confiança para isso?

Podia. Era mais fácil enervar-me, gritar, dizer meia dúzia de coisas a quem efectivamente as merece ouvir, perder a razão (ou não) e depois remoer tudo o que tinha dito e feito e o que tinha ficado por dizer.
E fui assim durante demasiado tempo...porque achava que era uma "durona", daquelas que só podem cair de pé.

Ao invés disso, e volvidos alguns meses, noto que ultrapassado o burburinho no meu estômago, os ombros tensos e os dentes cerrados, fica a tranquilidade de não ter quebrado o pacto com a minha consciência, de ter posto um travão nas emoções e de sentir aquela fúria dissipar-se como uma nuvem.

Ainda não é natural, faz parte de um processo em que procuro tornar-me um ser humano melhor para mim e (espero eu) para os outros, porque vivi demasiado tempo acorrentada a medos e ansiedades e preocupada com estas pessoas que surgem sabe-se lá de onde apenas para semear confusão. Convenço-me todos os dias que não existem causas perdidas mas existem causas que nos sugam demasiada energia para valerem a pena.

Mas é inevitável fazer um parêntesis neste raciocínio para me questionar se estas pessoas mesquinhas e que vivem numa base de mentira não seriam mais felizes se vivessem mais em função do seu próprio bem e menos do mal dos outros.

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