sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Eu e as minhas epifanías...

Ontem perante uma insónia descomunal tive um rasgo de luz. Será que os meus amigos sabem o quanto gosto deles? Será que pensam que eu tenho uma vida tão ocupada e preenchida que nem dou pela falta deles?

Como sempre, este meu pensamento hoje materializou-se numa conversa. Em que a pessoa sem imaginar respondia às minhas dúvidas. Ora eu não sou uma pessoa de mimalhices e declarações públicas. Não digo às pessoas que as adoro e as amo a toda a hora. Não estou habituada a isso e acho que muita gente à minha volta ia estranhar se o fizesse. Mas sei que a amizade é como um espelho, reflecte tudo sem filtros e sem simpatias. Dás, preocupas-te, procuras e tens o troco. Não dás, não te ralas, não te lembras e o tempo encarrega-se de eliminar da tua vida quem precisa mais do que uma amizade hipotética.

Não me desculpo com a maternidade, nem com a falta de tempo, nem com os problemas porque eles existem de ambas as partes. Mas a verdade é que às vezes acho que perco mais tempo com conhecidos do que com as minhas pessoas. Aquelas que me saltam à mente quando penso nos meus amigos. E não são muitas mas são...minhas. E elas não cobram muito, nunca cobraram mas não têm papas na língua e não servem só para dar palmadinhas nas costas.

Temos de nos mentalizar que não podemos andar sempre os dois a apagar os fogos dos outros, sobra-nos pouco tempo para quem faz falta e para quem pauta a vida pelas nossas linhas, a simplicidade e a transparência. 

Hoje visualizo-me sentada à porta da biblioteca da universidade num fim de tarde tranquilo a encarar alguém nos olhos e a verbalizar de parte a parte o que nos vai na alma. E se tivesse que lhe dizer tudo numa frase seria "Desculpa-me por ser um bocado imbecil e achar que o meu tempo é o teu tempo afinal de contas somos nós que fazemos o nosso tempo".

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