sábado, 25 de setembro de 2010

Ao fim de seis anos...

Estava onde não era suposto estar, ali, aquela hora, no meio de tantas pessoas para as quais provavelmente nem olhei.

Olhei para a saída e reconheci um olhar que me é tão familiar, eras tu, mesmo que tivessem passado 20 anos eu seria capaz de reconhecer a tua expressão e a tua forma de andar.

Trazias pela mão o meu irmão, eu sei, embora os meus olhos tenham ficado presos nos teus durante os longos segundos que passaram. Não senti vontade de te abraçar, nem de te perdoar, mas senti as pernas tremerem na tentativa de me manter serena, de avançar no meu caminho sem que se notar que TE tinha visto, ali tão perto.

Estou irremediavelmente partida ao meio, desprovida de carinho, respeito ou saudade de tudo o que tu representas na minha pessoa. A dor dilacerou-me à muito tempo, agora nem o apelo do sangue pode falar mais alto.

3 comentários:

  1. o mundo às vezes não precisava ser tão pequeno.
    sei que sentiste as pernas a tremer e, provavelmente, as lágrimas a cair, pouco depois. sei que davas tudo para não teres de passar por esses momentos e tb preferia mil vez que não tivesses de passar por isso. *beijo grande

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