sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sento-me na cama a beber um chá. Não reconheço este silêncio na casa. Não se ouvem brinquedos a tocar. Não se sentem pequenos passinhos tolos a entrarem pelo quarto. Não oiço o meu nome. Não vejo ninguém. Fico assim, perdida naquele momento de tranquilidade com a minha pessoa. Recuo no tempo até à adolescência e ao prazer que aqueles momentos me proporcionavam. O prazer de viver comigo própria num mundo que de vez em quando se encerrava só em mim.

De repente...tenho saudades. Passaram alguns minutos mas já tenho saudades. Deles. De saber que estão ali. De os ouvir pela casa. De imaginar se ela está a mexer em algo que não deve. De a sentir entrar no quarto à minha procura. De conversar com ele. De o ouvir. E percebo. Que posso recuar 10 anos no tempo mas não posso ser feliz por lá. Porque a felicidade de viver em união comigo própria sabe-me a pouco comparada com a alegria de viver com cada um deles. De os sentir perto de mim e de saber que eles são o meu mundo. Oiço-o entrar em casa. O meu mundo começa a compor-se. E sorrio. Porque assim aquele chá sabe-me infinitamente melhor.

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